Tanto talento para enganar os outros
e tão pouco para me enganar a mim...
Triste e incompleto dom de representação.
Nunca me nomearia para um Óscar, nem ninguém no mundo o fará,
pois represento tão bem que não sabem que o faço.
jueves, 18 de febrero de 2010
Metrónomo fantasma
Como um menino em recado
repetindo na sua cabeça a lista do supermercado.
Assim caminho.
Com um metrónomo fantasma compassando-me
estes tristes e pesados passos
que sonham com asas de borboleta.
repetindo na sua cabeça a lista do supermercado.
Assim caminho.
Com um metrónomo fantasma compassando-me
estes tristes e pesados passos
que sonham com asas de borboleta.
martes, 19 de enero de 2010
O teu sorriso
O teu sorriso é um paralelo atirado à montra de inutilidades em que se tornou o mundo.
uma cuspidela de luz na cara do diabo,
clareira aberta numa floresta de cinzento anonimato
o apelo à absoluta necessidade de renascer poeta
a perfeita ilustração da palavra delicadeza
a cidade onde me perco alegremente...
minha Paris, minha Roma, minha Veneza.
uma cuspidela de luz na cara do diabo,
clareira aberta numa floresta de cinzento anonimato
o apelo à absoluta necessidade de renascer poeta
a perfeita ilustração da palavra delicadeza
a cidade onde me perco alegremente...
minha Paris, minha Roma, minha Veneza.
lunes, 18 de enero de 2010
Predador camuflado
Acendes o cigarro. Pedes um café. Róis as unhas.
Dás a primeira passa: inchas a boca e expeles o fumo desfiando um pensamento qualquer.
Levas o café à boca e voltas às unhas. O olhar fixa-se num qualquer vazio.
A mão na boca. A perna inquieta.
Dir-se-ia que esperas.
Manténs o olhar fixo no nada até turvares a vista.
Desapareces de dentro de ti por um brevíssimo momento.
formas uma natureza morta composta pelo cinzeiro, um cigarro, umas mãos roídas até ao sabugo e o teu corpo vazio. (isto para quem observa de fora)
A ansiedade na ponta dos teus dedos inchados e sangrentos
A ansiedade na chaminé fumarenta em que transformas-te a tua boca
No Parkinson que te ataca a perna direita
No olhar ruminante
A ansiedade que não sabes de onde vem.
Predador que se aproxima passo a passo
na savana dos teus pensamentos.
Dás a primeira passa: inchas a boca e expeles o fumo desfiando um pensamento qualquer.
Levas o café à boca e voltas às unhas. O olhar fixa-se num qualquer vazio.
A mão na boca. A perna inquieta.
Dir-se-ia que esperas.
Manténs o olhar fixo no nada até turvares a vista.
Desapareces de dentro de ti por um brevíssimo momento.
formas uma natureza morta composta pelo cinzeiro, um cigarro, umas mãos roídas até ao sabugo e o teu corpo vazio. (isto para quem observa de fora)
A ansiedade na ponta dos teus dedos inchados e sangrentos
A ansiedade na chaminé fumarenta em que transformas-te a tua boca
No Parkinson que te ataca a perna direita
No olhar ruminante
A ansiedade que não sabes de onde vem.
Predador que se aproxima passo a passo
na savana dos teus pensamentos.
Menino gordinho e insatisfeito
Ah meu ego!
lobo esfomeado e cego
nada te saceia!nada te saceia!!
sempre em busca de mais uma palavrinha de afecto!
Afinal que buscas em concreto?
Olha! olha!, que bem rima o menino
que pródigo, que abençoado!
Que raro e precioso especimen da raça humana!
Quanto suou o Universo para te parir!
Mas cá estás tu. Valeu a pena o esforço da mãe dolorida.
Aí está o menino...
gordinho e insatisfeito.
lobo esfomeado e cego
nada te saceia!nada te saceia!!
sempre em busca de mais uma palavrinha de afecto!
Afinal que buscas em concreto?
Olha! olha!, que bem rima o menino
que pródigo, que abençoado!
Que raro e precioso especimen da raça humana!
Quanto suou o Universo para te parir!
Mas cá estás tu. Valeu a pena o esforço da mãe dolorida.
Aí está o menino...
gordinho e insatisfeito.
miércoles, 13 de enero de 2010
Dentro de nós
Dentro de mim, de ti e de nós
existe um grande salão de baile.
Eu imagino-o requintado e elegante
talvez dourado espelhado e brilhante
onde um mar de gente dança com infinita elegancia
numa troca de pares em fluxo contínuo.
cada uma dessas pessoas é um sentimento teu,
assim,
por vezes a angústia dança com a alegria
e esta troca de par com o desespero,
o desespero com a euforia
e a euforia com o desejo,
e o desejo com a frustração...
e a festa parece só acabar
quando completo o infinito bailado das possibilidades.
existe um grande salão de baile.
Eu imagino-o requintado e elegante
talvez dourado espelhado e brilhante
onde um mar de gente dança com infinita elegancia
numa troca de pares em fluxo contínuo.
cada uma dessas pessoas é um sentimento teu,
assim,
por vezes a angústia dança com a alegria
e esta troca de par com o desespero,
o desespero com a euforia
e a euforia com o desejo,
e o desejo com a frustração...
e a festa parece só acabar
quando completo o infinito bailado das possibilidades.
Suscribirse a:
Entradas (Atom)